Sobre as reações alérgicas à vacina da Pfizer BioNtech para COVID19

Antes de qualquer colocação é importante lembrar que a alergia é específica a um componente específico, além das reações serem imprevisíveis e dependentes da sensibilidade de cada indivíduo, não sendo possível, desta forma,  generalizações. É válido também ressaltar que não é possível prever o primeiro episódio de uma reação alérgica, sendo o diagnóstico estabelecido posteriormente. Dessa forma, não existem testes que possam ser realizados para prevenir uma reação alérgica.

As reações às vacinas são raras, principalmente quando estamos falando de reações graves. A prevenção, em grande parte das vezes, pode ser feita com a vacinação em locais apropriados.

Componentes da vacina da Pfizer BioNTech COVID-19:

  • mRNA,
  • lipídios ((4-hidroxibutil) azanediil) bis (hexano-6,1-diil) bis (2-hexildecanoato), 2 [(polietilenoglicol) -2000] – N, N-ditetradecilacetamida, 1,2-distearoil-sn-glicero-3- fosfocolina e colesterol),
  • cloreto de potássio, fosfato de potássio monobásico,
  • cloreto de sódio, fosfato de sódio dibásico di-hidratado
  • sacarose

Com relação a substâncias normalmente utilizadas no processo de fabricação da vacina:

  • Antibiótico: Normalmente é utilizado para inibir o crescimento bacteriano nas vacinas. No caso da vacina da Pfizer o antibiótico utilizado para o processo de fabricação de matéria prima para vacina é a canamicina, contudo, este componente não é detectável em sua composição final, o que portanto não oferece riscos importantes aos pacientes sensibilizados a esta substância. Nenhum outro antibiótico é utilizado nesta vacina
  • Analgésicos e anti inflamatórios não estão presentes nesta vacina
  • Também não temos proteínas alimentares nesta vacina
  • O êmbolo da seringa também não é feito de látex e sim Bromobutil o que por sua vez deve afastar problemas alérgicos com os pacientes com hipersensibilidade ao látex. Lembrando, que estes pacientes sempre devem comunicar sua alergia antes da vacinação para que evite produtos com látex durante a aplicação.
O CDC americano orienta:
  1. Não vacinar pacientes com história de reação grave a qualquer componente da vacina.
  2. Sempre avaliar individualmente os pacientes com reações graves a outras vacinas ou medicações injetáveis. Neste caso, se for aplicada a vacina, pode-se realizar observação por 30 minutos.
  3. Libera a aplicação da vacina para pacientes com reações a medicações orais, reações leves a vacinas ou medicações injetáveis. Se reações graves a medicações orais observar por 30 minutos e se reações leves observar por 15 minutos.
  4. Orienta a observação por 30 minutos em  pacientes com reações graves a alimentos e 15 minutos para os pacientes com reações leves.

A hipótese da reação alérgica a esta vacina da Pfizer ainda não foi esclarecida. Contudo, uma das possíveis causas, embora muito rara, é devido a presença do polietilenoglicol (PEG) ou então uma reação inespecífica. Esta reação inespecífica ocorre com algumas pessoas em determinadas circunstâncias, devido a liberação de histamina pelos mastócitos (células envolvidas nas reações alérgicas) por mecanismos não alérgicos. Exemplo disso são as reações a contrastes.  Lembrando que ainda não sabemos, infelizmente, quais vacinas serão oferecidas para a população brasileira e dessa forma sempre devemos estar atentos a bula das outras vacinas quando estas forem anunciadas.

Caso ainda persista alguma dúvida procure seu Alergista para maiores esclarecimentos!